sábado, 4 de fevereiro de 2012

Pastor Bonus



“Vamos a outras partes, às aldeias vizinhas, para que eu pregue ali também”
(Mt. 11, 27)



Caríssimos irmãos




Meditamos hoje na primeira leitura um trecho do livro de Jó. Jó é um verdadeiro exemplo de paciência de confiança em Deus. Mesmo em meio a dor e sofrimento permanece fiel ao Senhor teu Deus e não deixa que nada de mal lhe separe do seu Senhor. O lamento que Jó faz nestes versículos é uma realidade de muitos irmãos e irmãs de hoje. Pessoas que são tomadas pela dor, pela miséria, “assim se me deram como herança meses de ilusão, e noites de aflição se me ordenaram” (Jó. 7, 3). Noite sem sono e dias intermináveis que vivem milhares de irmãos nossos espalhados em todo mundo, “Mas comprida é a noite, e pensamentos loucos invadem-me até ao crepúsculo” (Jó. 7, 4). Pessoas que precisam da nossa presença, de uma palavra de conforto e sobre tudo, de nossa a ajuda. Precisamos ir ao encontro destes nossos irmãos e mostrar a eles a face de Cristo que acolhe, dar conforto e restaura as forças daqueles que estão fadigados da caminhada.

É missão de todo cristão levar a toda a terra a boa nova do Evangelho. A pregação do Evangelho não se dá apenas por palavras, podemos falar de Jesus com nossas própria vida. Ser discípulo é fazer aquilo que faz seu mestre, é reproduzir na própria vida o modo de vida do mestre. Era isso que fazia os primeiros cristãos, viviam entre si o amor, repartiam seus bens, cuidava dos doentes e ajudavam os necessitados (Cf. At. 2, 42-47). Se fizermos deste modo Cristo será conhecido por onde andarmos. Na segunda Leitura de hoje Paulo nos fala da grande necessidade de Evangelizar, “anunciar o evangelho, não é titulo de gloriar para mim: é, antes,necessidade que se me impõe. ai de mim, se não anunciar o evangelho!” (1Cor. 9, 16). Paulo mostra que a evangelização deve ser a meta de todo cristão batizado. Que as vezes é preciso se fazer servo com os servos, fraco com os fracos e se colocar a serviço de todos para ganhar todos para Deus, “Pois, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos para ganhar o maior número possível: Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns a todo custo” (1Cor. 9, 19-22). O Apostolo nos diz que toda nossa vida deve ser um serviço de amor a Jesus e seu Evangelho, “Ora, tudo faço por causa do evangelho, para dele tornar-me co-participante” (1Cor. 9, 23).

Falávamos da necessidade da evangelização dos povos e do modo como podemos evangelizar com a nossa vida, tendo os mesmos sentimentos de Cristo e vivendo como Ele viveu. No Evangelho deste domingo, São Marcos nos fala da cura da sogra de Pedro, da pregação e das curas que Jesus realizou. É importante notar nesta passagem do Evangelho, que é sempre Jesus que vai ao encontro de quem necessita de ajuda. Primeiro a sogra de Pedro, “Então Jesus, aproximando-se a tomou pela mão, e a fez levantar-se; a febre a deixou, e ela os servia” (Mc. 1, 30). Marcos nos fala que Jesus aproximou-se do leito onde ela estava e a curou. Nos versículos seguintes o evangelista não economiza palavra em dizer que Cristo se colocou a disposição durante toda a tarde curando os doentes e expulsando os demônios de todos que a Ele se achegavam (Cf. Mc. 1, 32-34).

Em um segundo momento São Marcos nos diz que, Cristo saiu no dia seguinte logos sedo a um lugar deserto para rezar, “De madrugada, estando ainda escuro, levantou-se e retirou-se para um lugar deserto e ali orava” (Mc. 1, 30). É belo este gesto de Jesus, mesmo em meio a tantos afazeres e cansaço, não esquece um só momento do Pai. Quer dividir com Ele seu cansaço, sua alegria, seus projetos. Imaginemos por um instante o assunto que Cristo falava com Deus. Com certeza falava de como foi seu dia, das pessoas que encontrou, dos anseios do povo, de suas necessidades e dos seus discípulos. O dialogo entre Jesus e seu Pai era um dialogo de amor, de confiança. Deus ouvia-o e atendia seus pedidos, consolava e confortava-o. Existia uma grande intimidade entre os dois, o Pai lhe conhecia e Jesus conhecia o Pai. De fato é o próprio Jesus que diz “ninguém conhece plenamente o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece plenamente o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt. 11, 27). Com este gesto Cristo quer mostrar-nos que é preciso está sempre unido ao Pai, buscar sempre conversar com Ele, depositar Nele toda a nossa confiança e nossos projetos.

Ao fim do Evangelho Jesus revela a seus discípulos a universalidade de sua missão. Ele abre seus horizontes, eles pensavam só na necessidade do povo daquele vilarejo. Jesus diz que deve levar a Boa Nova do Reino aos outros povos, não pode permanecer só naquele povoado, “disse-lhes Jesus: Vamos a outras partes, às aldeias vizinhas, para que eu pregue ali também; pois para isso é que vim” (Mc. 1, 38). Mais uma vez encontramos com Jesus que vai ao encontro dos necessitados de sua palavra. Ele é o Bom Pastor que dar a sua vida por suas ovelhas “animam meam pono pro ovibus” (Jo. 10,14). Não se contenta com as noventa e nove, vai atrás da desgarrada, da ovelha que precisa de seus cuidados (Cf. Lc. 15, 4-5). Meus Irmãos, são atitudes como estas de Cristo que devemos tomar diante da nossa sociedade. O nosso coração deve guardar os mesmos sentimentos do coração do nosso Mestre.

Na nossa sociedade, existem muitas pessoas que ainda não conhece a Deus, que precisam ouvir as palavras de Nosso Senhor, entretanto, não tem ninguém que leve a eles a Boa Nova do Reino de Deus. É preciso nos colocar a caminho, ser fazer discípulos e missionários da palavra, evangelizar com nossas palavras e sobretudo, com nossas vida. Durante esta semana, façamos o propósito que meditar a Palavra de Deus. De levá-la a quem ainda não a conhece. De começar evangelizando os mais próximos, nossos parentes, vizinhos e amigos. Peçamos a Maria Santíssima que venha nos ajudar nesta nossa missão de anunciadores do Evangelho. Nossa Senhora da Luz, iluminai os nossos passos. Amém.


Roma, 05 de fevereiro, 5° Domingo do Tempo Comum, do ano do Senhor de 2012.



Seminarista Acival Vidal de Oliveira
Diocese da Estância – SE/Brasil





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