Este é o meu Filho amado; ouvi-o”
(Mc. 9, 7)
Caríssimos,
Jesus não refuta a Lei de Moisés, mas o legalismo e a interpretação limitada dos homens. Refutou a interpretação da Lei, mas a elevou, plenificou, completou com seus ensinamentos a própria Lei. Jesus levou a Revelação a pleno cumprimento, deu novos conteúdos, corrigiu, explicou: “Moisés disse, eu, porém vos digo...” (Cf. Mc 10,1-12), isto é, Jesus plenifica o ensinamento de Moisés, mas acrescentando, corrigindo, explicando, dando novo sentido. Ele é a plenitude da Lei, ao contrário de Moises não tem apenas o rosto iluminado quando esta no monte, mas todo o corpo, porque Ele é Deus. Não recebe a Lei em tabuas de Pedras porque Ele próprio é o Logos, isto é, o Verbo de Deus. É em Jesus que toda Lei se completa, “e lhe apareceram Elias com Moisés, conversando com Jesus” (Mc. 9, 4), Elias e Moises representam o Antigo Testamento que agora dar espaço a Jesus, Verbo eterno do Pai, onde se resume toda Lei e os profetas.
A liturgia deste dia traz na primeira leitura o sacrifício de Abraão. Abraão é um homem escolhido por Deus em favor de toda a humanidade. É pela confiança no Senhor que ele deixa a família e sua terra natal para seguir a voz do Senhor. A promessa que o Senhor lhe faz é que sua descendência seria grande. Ao longo de sua história, Abraão por diversas vezes provou ao Senhor teu Deus a sua fidelidade e amor, mas Deus lhe faz um ultimo pedido. O pedido do Senhor a Abraão era que oferecesse em sacrifício seu único filho, “Toma agora teu filho; o teu único filho, Isaac, a quem amas; vai à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um dos montes que te hei de mostrar” (Gn. 22, 2). O sacrifício de Isaac é uma clara imagem do sacrifício de Cristo. Assim como Abraão vai oferecer o seu único filho em sacrifício, Deus oferece o seu único Filho Jesus em sacrífico. A diferença é que no caso do Calvário Jesus o unigênito de Deus não foi poupado como foi Isaac. São Paulo vai nos dizer na segunda leitura de hoje que “Deus nem mesmo a seu próprio Filho poupou” (Cf. Rm. 8, 32). Diante da pergunta do filho, responde Abraão: “Deus mesmo proverá a vítima” (Gn. 22, 8). Deus proveu a verdadeira vítima, seu Filho Jesus, que também carregou o madeiro da cruz (assim como Isaac carregou sobre os ombros a lenha para o sacrifício) no qual padeceu por todos como oferta agradável ao Senhor.
Assim como os discípulos, somos convidados a dar testemunho de Jesus ao mundo ferido pelo pecado. Precisamos ser fortes, anunciar que Jesus morreu para nos salvar, mais ressuscitou, “Cristo Jesus é quem morreu, ou antes, quem ressurgiu dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós” (Rm. 8, 34). Venceu todo o mal, as trevas do pecado e da morte. Em Cristo somos mais que vencedores, pois “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm. 8, 31). Por isso, devemos ser sempre confiantes e não nos deixarmos abater por nenhuma espécie de decepção. Peçamos a Maria Santíssima que venha em nosso auxilio para nos mostrar Jesus, Luz que ilumina toda treva do pecado. Maria, Mãe dos pecadores, rogai por nós. Amém.
Roma, 04 de março, 2° Domingo da Quaresma, do ano do Senhor de 2012.
Seminarista Acival Vidal de Oliveira
Diocese da Estância – SE/Brasil
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