Tráfico Humano: um brado aos céus
por socorro divino
A Campanha da Fraternidade de
2014, preconizada pela CNBB, trata a temática da “Fraternidade e Tráfico
Humano”, evidenciando, entre outras modalidades perversas, a exploração sexual
infanto-juvenil e adulta, sobretudo de mulheres enganadas em busca de melhores
condições de vida; a extração de órgãos comercializados a preço de ouro e a
exploração para o trabalho escravo.
Os roteiros do tráfico humano
seguem esquemas paralelos aos do crime organizado, envolvendo transações
bilionárias que chegam a faturar, anualmente, 32 bilhões de dólares. A vida
mercantilizada expressa a realidade da sociedade de consumo que endeusa as
coisas e usa as pessoas, reduzidas a insumos comerciais, úteis e descartáveis.
A inversão de valores éticos leva a negação e ao desprezo à dignidade do ser
humano. Os padrões de felicidade divulgados por grupos financistas e pela
propaganda paga confundem os sentimentos e a índole das pessoas.
Pelo ponto de vista
individualista, a busca da felicidade sugere que eu use alguém enquanto ele/ela
me satisfaça. Depois eu a descarto como objeto inútil ou a elimino como queima
de arquivo. Muitas pessoas e famílias não recebem adequada formação de caráter,
baseado nos valores éticos e morais. Consequentemente, não se consegue
transmitir esses valores as novas gerações. O que fazer para resgatar a
dignidade perdida de milhares de pessoas que foram vítimas das formas mais
perversas de escravidão? Se fosse considerada isoladamente, nenhuma instituição
teria uma infraestrutura capaz de encaminhar soluções, enfrentando diversas
situações envoltas em fatores complexos.
É indispensável unir esforços e
integrar os meios disponíveis pelas instituições na corresponsabilidade que
incumbe a todos: União, governos estaduais e municipais, polícias, conselhos de
cidadania, voluntariado, clubes de serviço, Igrejas, movimentos sociais. Todos
nós aprendamos a enfrentar os conflitos, tentando reverter situações da
escravatura, através de políticas públicas assumidas em parceria. A raiz da
violência é o egoísmo e ausência de amor a Deus e ao próximo. Perdidos os
valores referenciais da fé e da prática da justiça, alguém chega a degradar o
ser humano, legitimando expedientes que bradam aos céus por socorro divino.
Disque 123 para pedir informações, para denunciar crimes e fazer parte do
encaminhamento das soluções às vítimas!
Dom Aldo
Pagotto
Arcebispo da Paraíba
Arcebispo da Paraíba
Reinan Barbosa
Ministro do Acolhimento
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